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Seguindo os Sonhos de Deus


Madre Maria, Helena Stollenwerk, nasceu em 28 de novembro de 1852, na Alemanha. Sendo a primeira filha do terceiro casamento de seu pai, cresceu em um contexto familiar intercultural e intergeracional. Conviveu com irmãos em faixas etárias e experiências diferentes, sendo que três deles eram surdos e outros enfermos. Foi em meio a essa realidade, com participação na paróquia de Simmerath, nas montanhas Eifel, Alemanha, que Helena aprendeu a adaptar-se, amar e perdoar.


Há uma preocupação em definir e assimilar a vida intergeracional e intercultural em nossas comunidades, hoje. A vida da Beata Maria Helena nos ajuda a compreender o significado dos termos que buscamos compreender e viver hoje.


Madre Maria Helena, ao ingressar na comunidade em Steyl (vila no distrito de Tegelen, no município de Venlo, na Holanda), os valores aprendidos em seu relacionamento familiar, ajudaram-na a servir por oito anos como ajudante das cozinheiras na Casa Missionária. Depois, já como Irmã Religiosa, atuou como superiora das Irmãs Missionárias por sete anos. Depois deste período foi convidada a entrar na comunidade das Missionárias Servas do Espírito Santo. Podemos perguntar-nos: que valores e influências familiares têm sido trazidos às nossas congregações e comunidades? São valores que promovem a vida comunitária intercultural e fortalece a vida religiosa missionária?


A Beata Maria Helena amava sua vocação, fruto de muita oração, reflexão e discernimento. Apesar da oposição de seus pais e seu confessor, ela se entregou à missão na esperança de que o Padre Arnaldo Janssen iniciasse uma ordem religiosa missionária de mulheres, pois sentia em seu coração, um intenso desejo de se tornar missionária.


Uma irmã Serva do Espírito Santo, que conviveu com ela, dizia: “O amor materno e a preocupação demonstrada pelas Irmãs era notável. Seu esforço era constante para promover alegria. Ela compartilhava seus valores com as irmãs. Muitas vezes, ela cortava uma maçã ou um pedaço de bolo em muitos pedaços para repartir com todas as irmãs".


Ao longo de sua curta vida enfrentou situações adversas e dolorosas provações. Deixar as Irmãs Missionárias a quem tanto amava e entrar no ramo contemplativo da congregação, foi uma difícil decisão. Entretanto, quando recebeu seu destino, ela disse: "as duas congregações se aproximaram novamente através de minha transferência". Não foi fácil para ela dizer adeus às Irmãs Missionárias, depois de compartilhar muitas experiências liderando o grupo durante sete anos, para voltar ao noviciado. E foi justamente essa experiência que lhe permitiu atuar efetivamente na vida daquelas que a observavam. Era diferente, inusitado e edificante, como dito pelas demais missionárias “ver nossa superiora entre as jovens noviças obedientes, humildes, leais às regras e diligentes em seu trabalho".


Diante das dificuldades na Casa Missionária, parecia não haver vislumbre de esperança em começar uma congregação missionária, por diversas vezes os questionamentos de “por que eu vim?” e “por que permaneço aqui?”, lhe vinham à mente. A resposta vinha de si mesma: "Por Jesus eu vim, por Jesus ficarei!”. Em seus últimos momentos de vida, no dia 3 de fevereiro de 1900, despediu-se fielmente com as palavras: "Jesus, por você eu morro!". Suas palavras e ações revelavam o relacionamento pessoal que mantinha com o seu Criador. O sonho de ir para o Extremo Oriente não foi concretizado, mas ela aceitou viver o sonho missionário que o próprio Deus idealizou para ela.


Em pleno século 21, podemos fazer as mesmas perguntas diante de diferentes desafios em nossa missão: "por que eu vim?” ou “por que ficarei?”. Que a nossa resposta seja aceitar e viver o sonho que Deus idealizou para cada uma de nós.


Que o legado de nossa Irmã Maria Helena nos motive a sermos membros excepcionais e únicos de nossas Congregações e da Igreja. Ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 07 de maio de 1995.





Irmã Zélia Cordeiro, SSpS

Jornalista, Coordenadora de Comunicação da Província Divina Sabedoria (BRS)

Mestra em Gestão e Negócios - Unisinos e IAE de Poitiers


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