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Espiritualidade da Geração Fundante: Madre Theresia Messner


Margaretha nasceu em 09 de julho de 1868, em Antholz, ao sul do Tirol. Ainda, criança, ela dizia: “Um dia eu vou muito longe, muito longe”. Desde muito jovem, ela foi percebendo aquela voz interior, no fundo do seu coração. Sentia-se atraída a ir até áreas solitárias nas montanhas para rezar, para estar a sós com Deus. Consigo carregava uma cruz e com a mesma abençoava o mundo.


Quando tomou a decisão de se tornar uma missionária, enfrentou lutas interiores e teve provações, que ela mesma chamou de “escuridão do espírito”.


Arnaldo quando recebeu a carta de Margaretha pedindo para ser missionária, teve a impressão de que essa mulher era a pessoa que a Congregação estava esperando.


Como tirolesa na terra de missão, Margaretha encontrou uma pronúncia, do alemão, bem como, algumas tarefas que lhe foram confiadas, estranhas. A comida recebida em Steyl não lhe era saborosa. Sentia muitas saudades de casa, da sua querida e linda terra do Tirol. Assim ela escreveu, mais tarde: “Em meu quarto à noite, eu chorava lágrimas amargas, depois dormia”. Porém, sentia dentro de si que o desejo de evangelizar e ajudar na salvação dos povos, era maior e deu-lhe forças para superar as dificuldades.


Ao ser admitida ao noviciado, recebeu o nome de Irmã Theresia. A adaptação era-lhe bastante difícil. Sofreu muito. Mas, aos poucos foi superando, através da oração sua vontade própria e seu orgulho, para em tudo encontrar e fazer a vontade de Deus.


A Irmã Theresia foi a substituta das duas cofundadoras da novel Congregação Missionária: Madre Maria (que, a pedido de Padre Arnaldo) foi logo para as Irmãs Adoradoras) e Madre Josefa. Ela é um forte pilar para a Congregação que estava em pleno desenvolvimento.


Madre Theresia foi uma Mulher lutadora, humilde, generosa, simples, companheira, boa professora, e um grande exemplo a ser seguido por todos nós.


Deus tinha grandes planos para ela. Sob a inspiração do Espírito Santo, deixou-se guiar por Ele e se enriqueceu com os seus dons. Costumava dizer: “ Devagar... tudo no seu devido tempo.”


Como formadora, possuía uma espiritualidade saudável, critérios claros e a prudência necessária para a missão e trabalho que lhe foi confiado, junto às novas Irmãs que chegavam. Quando Madre Josefa ficou, gravemente, doente, responsabilidade da coordenação recaiu sobre ela.


Quando Arnaldo nomeou Madre Theresia para Superiora Geral da Congregação, ela tinha apenas 35 anos. Sentiu que assumiu uma cruz pesada. Sua confiança em Deus era grande e imediatamente se voltou para Deus, rezando: “Aja em mim e através de mim”! Na escola da cruz, também várias doenças e impedimentos a afligiram. Precisou amputar uma perna. Mais tarde recebeu uma pesada prótese de madeira feita na sapataria de Steyl. Mesmo com todas as doenças, a Mulher interior permaneceu forte, ia amadurecendo, nestes períodos dolorosos. A Congregação ia crescendo rapidamente: já somavam 205 irmãs, 63 noviças e 44 postulantes.


A Irmã Theresia possuia talentos naturais para organização. Era uma mulher de grande visão e de passos luminosos, revestida de docilidade e ternura. Possuidora de um coração missionário incansável.


Deu o melhor de si mesma. Muitas foram as irmãs enviadas a vários países. Ela foi a primeira superiora geral a visitar os campos missionários onde as irmãs atuavam. Sabia ouvir a experiência de cada irmã.


Quando veio ao Brasil, foi de Ponta Grossa/PR para Guarapuava/PR, de carroça, enfrentando todos os transtornos dessa longa viagem.


Durante a Primeira Guerra Mundial, ela deixou como legado, essas palavras: “Embora nossos corações estejam sangrando por causa do grande sofrimento que a guerra está causando, devemos ter muito cuidado em todas as formas de relacionamentos com as pessoas de outras nacionalidades, tentando não ofender seus sentimentos nacionais com comentários e ações feitas sem caridade. Somos todos membros da grande família de Deus” (1918).


Eu vivi no tempo da guerra em Angola/África. Também, nós, tínhamos que tomar cuidado de não nos colocar a favor de um dos partidos políticos para poder continuar a missão. Tratávamos as pessoas, tanto de um partido como de outro, sem distinção. Desta forma éramos bem aceitas para continuar ao lado, socorrendo aquele povo, massacrado por tanta dor.



Fonte de consulta:

- Texto de Ir. Franziska Carolina Rehbein, SSpS, (original em inglês)

- 14º Capítulo Geral SSpS – Casa Mãe, Steyl.



Ir. Matilde Sacardo, Missionária Serva do Espírito Santo/ Especialista em Espiritualidade

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